O PARAÍSO DAS OVELHAS
As ovelhas antes tinham
Do horizonte propriedade
E pastando onde queriam
Todas elas bem viviam
Numa intensa liberdade
Porém todo paraíso
Um inferno sempre tem
E dizer nem é preciso
Que a existência do sorriso
Pressupõe choro também
O malogro era geral
E a tragédia sem tamanho
Veio um lobo no local
Perigoso e desleal
Abater todo rebanho
Duro imposto que cobrava
Só pagavam com a vida
Uma ovelha ele pegava
E depois dilacerava
Sem dar chance de saída
E as ovelhas se ajuntaram
A buscar por algum plano
Pouco tempo precisaram
Quando todas concordaram
Pois se unir ao ser humano
Isso ao lobo foi fatal
Ele nunca mais voltou
Extirparam todo o mal
Ao fazerem um curral
E o problema terminou
Quando os homens às prenderam
Foi-se o lobo, é bem verdade
Porém quando perceberam
As ovelhas que perderam
E não só a liberdade
Pois em tal situação
O castigo fora eterno
Eis as coisas como vão:
São tosadas ao verão
Ou assadas ao inverno
Repetir nem é preciso
Que o inferno junto vem
Ao criar um paraíso
Pois é todo e qualquer riso
Que supõe choro também
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