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19/10/2009

A RAPOSA E OS DOIS E LEÕES


A RAPOSA E OS DOIS LEÕES
(À fuga da família real portuguesa para o Brasil em 1808)

Era guerra na floresta
Entre um e outro leão
Um malvado, tão perverso
Um ruim, sem coração

Os demais bichos da selva
Não tiveram opção
Ou tomavam um partido
Ou ao fim rumavam então

Uns se uniram ao Ruim
Outros foram com Malvado
Foi apenas a raposa
Que não foi a nenhum lado

Ao primeiro ela vendia
Do segundo ela comprava
Noutras vezes invertia
Era assim que se aguentava

Quando a um ela atendia
O outro tinha que esperar
Assinava algum decreto
E outro para cancelar

Quando um deles se irritava
E ameaçava atacar
A raposa se inclinava
Com o rabo a abanar

E lá ia outro decreto
Prova de sua amizade
Declarava ao outro guerra
Mas não era de verdade

Só que um dia ambos leões
Começaram a se enraivar
Decidiram que a raposa
Serviria de jantar

Foi aí que nossa amiga
Se meteu numa enrascada
Um leão, o mais ruim
invadiu sua morada

Encontrou uma mesa farta
Muito luxo e ostentação
E um bilhete de "bem-vindo"
"Meu amigo, Rei leão".

Ao Malvado ela pediu
Que a deixasse num abrigo
Em troca disso informou
Onde estava o inimigo

Que dormia saciado
Com tamanha refeição
Foi por isso presa fácil
Era o fim da confusão

06/07/2009

O TUCANO E O SABIÁ


O TUCANO E O SABIÁ

O tucano além do bico
Tem também é muita lábia
Acreditava que entre as aves
Não havia só uma sábia

Subiu na árvore mais alta
E reuniu uma multidão
Declarou-se rei das aves
Deu-se então a confusão

O primeiro a se enraivar
Foi um grande gavião
Que propôs logo um duelo
E o tucano disse: “não

Que não sujo uma só pena
Tenho pena de você
Mas eu lanço um desafio
E deixo o trono à mercê

Lá na América do Norte
Por três dias viajei
E voltei trazendo um chifre
De um dos alces que eu cacei

Se você por menos dias
For mais rápido que eu
Todo mundo é testemunha
Que este trono será seu”

Disse que o tal continente
Era ali depois do mar
Foi se embora o gavião
Para nunca mais voltar

Depois disso a passarada
Pôs-se louca a aplaudir
Mas o velho sabiá
Limitava-se a assistir

O tucano então falou
Para toda àquela gente
Que além de forte e rápido
Era o mais inteligente

Retrucou o papagaio:
“Dê uma prova que eu me calo
Pois não sabe nem metade
Das palavras que eu lhe falo”

O tucano em gargalhadas
Disse: “é fácil lhe provar
Que não sabe do que fala
Pois só sabe copiar”

Depois disso o bicudo
"What's your name" perguntou
Nada o loro compreendia
E por isso se calou

“Como pode um passarinho
Por tão sábio se passar
Se nem mesmo o próprio nome
Ele sabe me falar?”

Toda aquela passarada
Esperneava em euforia
Mas o velho sabiá
Inda assim só assistia

Viu o bicudo tapear
Um terrível gavião
Humilhar o papagaio
Mas não parou nisto não

Teve a audácia de afirmar
Que neste país inteiro
Não havia nenhum pássaro
Mais que ele brasileiro

“Eu conheço a Amazônia
Com a palma da minha mão
Também sei de cabo a rabo
Os caminhos do sertão

Já vivi no Pantanal
E algum tempo no Cerrado
Sem falar da Mata Atlântica
Que ando até de olho fechado

Vi também um dia um homem
Que se erguia agigantado
Sempre de braços abertos
Abraçando o Corcovado

Foi aí que o sabiá
Se cansou da falação
Subiu no alto de outro galho
Para entrar na discussão

“Permissão senhor tucano
Meu amigo companheiro
Mas também me considero
Como todos brasileiro

Viajei por esse mundo
Muito peso carreguei
Sei meu nome em qualquer língua
Nem por isso eu sou um rei

Eu também já vi tal homem
Com os braços levantados
Mas cansou-se com o peso
Tem os braços já fechados”

O tucano novamente
Deu uma enorme gargalhada:
“Vamos fazer uma aposta
Para um tudo e o outro nada”

Toda aquela passarada
Viu que a aposta era loucura
Pois sabia-se que o homem
Era apenas escultura

Mas o velho sabiá
Inda não queria crer:
“Vamos juntos para lá
Quero ver se vai vencer”

O tucano quis partir
Com destino ao Corcovado
Porém quando sai de um galho
Pára em outro já cansado

“Como pode um passarinho
Todo mundo viajar
Se ele mal bateu as asas
Pediu para descansar?”

Perceberam que o tucano
Tinha só papo furado
Da mentira a perna é curta
E o bico é bem pesado....

Depois disse o papagaio:
“Será aquilo um dragão?”
Era só um par de chifres
Na boca de um gavião.

O PEIXE SERRA E A LULA DO MAR

O Peixe Serra e a Lula do Mar

Certa vez o peixe serra
Quis se auto proclamar
Rei de todo lado sul
Dessas águas deste mar


Antes disso precisava
De algum jeito se livrar
De uma certa lula esperta
Que impedia ele reinar


Tinha já tentado tudo
Mas em tudo ele falhava
De emboscada à armadilha
Sempre a lula escapava


Todos os demais peixinhos
Que antes eram só ração
Também já se organizavam
Pelo fim da escravidão


Foi assim que o peixe serra
Encontrou a solução
Foi correndo a um correio
E escreveu ao tubarão


“Ó senhor de todos mares
Magnânima excelência
Rogo a ti que aqui venha
E que tome providência


Uma lula apareceu
Lá do fundo deste mar
Fez do mundo uma bagunça
Mudou tudo de lugar


De tal sorte que isto vai
Que este mundo está invertido
É peixinho dando ordem
Peixe grande que é engolido”


Tubarão cheio de raiva
Numa carta ao peixe serra
foi pedir a descrição
De tal lula como era


“É um ser feito de ganância”
Respondeu ao tubarão
“Antes passa por amigo
Depois fere a traição


De um terrível mau feitio
Se alguém ousa e o desacata
Num descuido ele avança
E onde acerta é certo mata


Declarou-se o novo rei
Dessas águas deste mar
Diz que enterra qualquer um
Que algum dedo levantar”


Decidido o tubarão
Por as coisas no lugar
Foi de Norte para Sul
Para a lula liquidar


E sedento pelo sangue
Cortou o mar feito uma lança
De tal sede se sacia
Quando o ser descrito alcança


Foi com uma só dentada
Que pôs fim a toda guerra
Da mesquinha criatura
Só sobrou mesmo uma serra


Lula é que foi herói
Dessas águas deste mar
Transformado em grande rei
Mas que nunca quis reinar

CONVIDADO DE HONRA





CONVIDADO DE HONRA




O tucano viu um dia

Lá no céu

Muito distante

Umas aves emplumadas

Que planavam sossegadas

Numa dança elegante


De tão cego da beleza

De tais aves superiores

O bicudo deu certeza

De que eram da nobreza

As chamou, sim!

De doutores


Por querer se avantajar

Ser mais que seus camaradas

Decidiu também voar

Lá no céu

E se juntar

Com as aves requintadas


Bateu asas

Afobado

A caminho da grandeza

Com esforço exagerado

Pelo bico tão pesado

Chegou perto da nobreza


“Com licença

Companheiros

É um prazer ver os senhores

Entre ricos brasileiros

E mais ricos estrangeiros

Nunca vi superiores”


“Oh, tucano,Obrigado!

Que homenagem que nos presta

Anda cá do nosso lado

O faremos convidado

De um banquete na floresta”


E as aves tão prendadas

Quando avançam para a festa

Vão com bicos e bicadas

Entre mil carcarejadas:

“Vamos todos!

Vamos nesta!”


O tucano só dizia:

“Mas que luxo! Glorioso!”

E no tempo em que comia

A carniça, repetia:

“Que banquete saboroso!”





http://br.answers.yahoo.com/question/index;_ylt=AtJefiW7xtsn5I._F3Padajx6gt.;_ylv=3?qid=20081227041255AA0fdKw

GNUS E CROCODILOS



GNUS E CROCODILOS

Os gnus aos montes iam
Numa tão longa jornada
A savana é que era a estrada
Do caminho que faziam
Pela terra ensolarada
Toda África que via
O mover-se da manada
Quase assim imaginava
Um só corpo em harmonia
Que o mundo desbravava
Mas se unido parecia
Bem o bando enganava
Um ao outro atropelava
Porque a lei dali dizia
Para um tudo. Ao outro? Nada!
Quando a regra é avançar
Ninguém olha para o lado
Quem não pisa é pisado
Se um atreve-se a esperar
Também é abandonado

E os dois viram alimento
Nisso o monstro é que prospera
Abre a boca, só espera
Depois noutro movimento
Fecha a boca, aí já era

E vão outros mais à frente
Quase sem esforço algum
É assim infelizmente
Abre a boca novamente
Quando fecha foi mais um

Pode ser pai filho irmão
Pois ao bando tanto faz
É assim que as coisas são
Nem que morram um milhão
Não se voltam para trás

Talvez por se preocupar
Só consigo e mais ninguém
Que nunca foram perguntar
Um ao outro e procurar
Se fraqueza o monstro tem
________


Escapando da boca do crocodilo

Receita para escapar da boca de um crocodilo


________
Sim! O monstro tem fraqueza
E isto já nem é surpresa
Antes que ele dilacera
Pise nos olhos da fera
Que abre a boca e larga a presa

Penso que é assim com a gente
Que é tão individual
Se alguém tomba ninguém sente
Vai seguindo infelizmente
E morre... do mesmo mal.


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