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31/07/2011

O LAGARTO E A SERPENTE


O Lagarto e a Serpente 
(Aos mais honestos políticos brasileiros)


O lagarto não se emenda
Quando a cobra está por perto
Nas pontas dos pés, é certo 
Vai ser dia de contenda

E o motivo dessa briga
É porque é voz corrente
Ter por vil e menos gente
Quem rasteja de barriga

E lá vai o nosso amigo
Sem olhar o próprio umbigo
Rebaixar a companheira
Que se arrasta na sujeira

Sem também deixar barato
A cobra assinala o fato
De que os dois são bem iguais
Mesmo que um se arraste mais

E assim diz Dona Serpente
-Você não é diferente
Pois sua barriga alisa
Todo o chão por onde pisa

E o lagarto se revolta
Dá bem uma e outra volta
Equilibra-se empinado
E protesta indignado

Você nem merece fé
É castigo que Deus deu
Pois se arrasta mais que eu
Que ao menos tenho pé

Quem não faz comparação
Dos políticos que temos?
Um diz que não é ladrão
Só porque roubou bem menos







18/04/2011

O Milho e a Abóbora


O Milho e a Abóbora

Entre o milho e uma abóbora
A disputa era sem fim
Todos dois se proclamavam
Os melhores do jardim

Nessa o milho se enfeitava
O sabugo, a espiga e o grão
Do sol tinha o amarelo
Tudo belo, em perfeição

Mas a outra e desdenhava
E lhe via desbotado
Pois cor mesma mais bonita
Era o seu alaranjado

Ia o milho e revidava
"Mas que abóbora invejosa!
Mulher gorda e carrancuda
Ninguém chama de formosa”

E as ofensas prosseguiam
Toda guerra é sempre assim
Nada bom virá do outro
Pois o bem só vem de mim

Era o milho para a abóbora
Só ração para canário
Mas era ela para o milho
Que não dava algum salário

“Nem se pode perder tempo
Trabalhando no cultivo
Essa aí vale bem menos
Do que solo improdutivo”

“Esse sim que não merece
Nem cultivo e nem trabalho
É melhor plantar um só
Pra que sirva de espantalho”

Era assim que a vida ia
Sem que um fosse convencido
Não se tinha um vencedor
Nem tampouco algum vencido

No fim eles empataram
E chegaram em primeiro
Mas o podium foi o prato
Do mais rico fazendeiro

É assim infelizmente
O desfecho da contenda
Enquanto os dois guerreavam
Sustentavam a fazenda

Porque a guerra entre os iguais
Só dá fruto sem sabor
Ambos são subjugados
Por outro… dominador

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