GNUS E CROCODILOS
Os gnus aos montes iam
Numa tão longa jornada
A savana é que era a estrada
Do caminho que faziam
Pela terra ensolarada
Toda África que via
O mover-se da manada
Quase assim imaginava
Um só corpo em
harmonia
Que o mundo desbravava
Mas se unido parecia
Bem o bando enganava
Um ao outro atropelava
Porque a lei dali
dizia
Para um tudo. Ao
outro? Nada!
Ninguém olha para o
lado
Quem não pisa é pisado
Se um atreve-se a
esperar
Também é abandonado
E os dois viram
alimento
Nisso o monstro é que
prospera
Abre a boca, só espera
Depois noutro
movimento
Fecha a boca, aí já
era
Quase sem esforço
algum
É assim infelizmente
Abre a boca novamente
Quando fecha foi mais
um
Pois ao bando tanto faz
É assim que as coisas
são
Nem que morram um
milhão
Não se voltam para
trás
Talvez por se
preocupar
Só consigo e mais
ninguém
Que nunca foram
perguntar
Um ao outro e procurar
Se fraqueza o monstro
tem
________
Escapando da boca do crocodilo
________
Escapando da boca do crocodilo
________
Sim! O monstro tem fraqueza
E isto já nem é
surpresa
Antes que ele dilacera
Pise nos olhos da fera
Que abre a boca e
larga a presa
Penso que é assim com
a gente
Que é tão individual
Se alguém tomba
ninguém sente
Vai seguindo
infelizmente
E morre... do mesmo
mal.
Esta fábula fala sobre o individualismo do homem moderno.
ResponderEliminar