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15/02/2012

DOIS PEDREIROS

Dois pedreiros

Dois pedreiros debatiam
Coisas sobre construção
Água e óleo, noite e dia
Entre os dois não haveria
Fim pra tanta discussão

Pois pra tudo que diziam
Um fazia objeção
Vinha o outro e retrucava
Com certeza que afirmava
A verdade da questão

Um dizia que na norma
De quem põem-se a construir
Tem que o certo só combina
Do debaixo para cima
Ou a casa há de cair

O outro não olhava a forma
Do modelo a seguir
Não há um que prevaleça
Até de ponta cabeça
A casa pode erigir

Como não havia jeito
De dar fim à confusão
Decidiram apostar
Ambos tinham que criar
Sua própria construção

Pois o trato estava feito:
Uma casa em perfeição!
E o povo irá votar
Sendo aquele que ganhar
O outro deve dar razão

O primeiro iniciou
Pôs as mãos a trabalhar
Alicerce bem armado
Chão, parede e o telhado
Só faltava retocar

Ele assim continuou
E ao final foi exclamar:
“Como havia combinado
Ficou tudo bem montado
Qualquer um pode morar

Só que bem ali do lado
O outro se foi na missão
Surpreendendo o adversário
Construiu tudo ao contrário
Telhado parede e chão

Depois de ter acabado
Pôs a casa no lugar
Em enorme euforia
A plateia aplaudia
Mas ninguém quis lá morar



3 comentários:

  1. Dois pedreiros... Um, marxista; o outro, pos-moderno.

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  2. Bom, dispensa comentário, eu sou seu fã, eu costumo dizer que "uma propaganda exagerada sobre um produto, desconfie dele". Nossa sociedade está arquitetada nesse modelo pós-moderno (desconfie dele, o moderno já nasceu arcaico, na verdade estamos vivendo num baile de máscaras) de cabeça para baixo, o problema é que a nossa casa de moradia não está alicerçada nos parâmetros de qualidade de vida, valorização de saberes e costumes, humanidade e responsabilidade social, a casa caiu de fato, a sociedade está de olhos vendados e ainda não percebeu como isso está.

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