O LÁPIS VELHO E A CANETA
TINTEIRA
Por azar cair ao lado
De uma caneta tinteira
Das mais caras do mercado
Das mais caras do mercado
Para amiga caderneta
“Esse ao certo desconhece
Qualquer coisa de etiqueta”
O lápis sem se dar conta
Em sinal de cortesia
Inda vira-se de lado
E vai desejar bom-dia
Mas nem mal ele abre a boca
E a caneta vai e cala
“A visão já causa afronta
E essa coisa ainda fala?”
Mesmo sem compreender
O que estavam a falar
Inda assim o velho lápis
Procurou se desculpar
E a caneta, irredutível,
Nem quis lhe dar atenção
“Porque mão que nos segura
Nunca foi a mesma mão
“O que fala não se escreve
E o que escreve, é certo, apaga
Pois não passa de rascunho
Não se vende… ninguém paga!
“Quanto a mim, sou diferente
Minha tinta é tão durável
Pois enquanto os homens passam
Eu permaneço intocável
“Sigo junta do progresso
E simbolizo a vitória
Se eu ainda inexistisse
Nem existiria História”
Antes que a jovem tinteira
Terminasse o que dizia
A trocaram pela máquina
Para datilografia
Dar adeus para caneta
Que hoje jaz bem esquecida
Lá no fundo da gaveta
Rã que um dia vira príncipe
No outro torna a virar rã
E jovens que humilham velhos
Serão velhos amanhã
Excelente fábula, meu amigo Esopo moderno..!
ResponderEliminarGosto do que escreve, deveria escrever mais..
Beijos meus