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18/04/2011

O Milho e a Abóbora


O Milho e a Abóbora

Entre o milho e uma abóbora
A disputa era sem fim
Todos dois se proclamavam
Os melhores do jardim

Nessa o milho se enfeitava
O sabugo, a espiga e o grão
Do sol tinha o amarelo
Tudo belo, em perfeição

Mas a outra e desdenhava
E lhe via desbotado
Pois cor mesma mais bonita
Era o seu alaranjado

Ia o milho e revidava
"Mas que abóbora invejosa!
Mulher gorda e carrancuda
Ninguém chama de formosa”

E as ofensas prosseguiam
Toda guerra é sempre assim
Nada bom virá do outro
Pois o bem só vem de mim

Era o milho para a abóbora
Só ração para canário
Mas era ela para o milho
Que não dava algum salário

“Nem se pode perder tempo
Trabalhando no cultivo
Essa aí vale bem menos
Do que solo improdutivo”

“Esse sim que não merece
Nem cultivo e nem trabalho
É melhor plantar um só
Pra que sirva de espantalho”

Era assim que a vida ia
Sem que um fosse convencido
Não se tinha um vencedor
Nem tampouco algum vencido

No fim eles empataram
E chegaram em primeiro
Mas o podium foi o prato
Do mais rico fazendeiro

É assim infelizmente
O desfecho da contenda
Enquanto os dois guerreavam
Sustentavam a fazenda

Porque a guerra entre os iguais
Só dá fruto sem sabor
Ambos são subjugados
Por outro… dominador

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