O Lagarto e a Serpente
(Aos mais honestos políticos brasileiros)
O lagarto não se emenda
Quando a cobra está
por perto
Nas pontas dos pés, é
certo
Vai ser dia de
contenda
E o motivo dessa briga
É porque é voz corrente
Ter por vil e menos
gente
Quem rasteja de
barriga
E lá vai o nosso amigo
Sem olhar o próprio
umbigo
Rebaixar a companheira
Que se arrasta na
sujeira
Sem também deixar
barato
A cobra assinala o fato
De que os dois são bem
iguais
Mesmo que um se
arraste mais
E assim diz Dona
Serpente
-Você não é diferente
Pois sua
barriga alisa
Todo o chão por onde
pisa
E o lagarto se revolta
Dá bem uma e outra
volta
Equilibra-se empinado
E protesta indignado
Você nem merece fé
É castigo
que Deus deu
Pois se
arrasta mais que eu
Que ao
menos tenho pé
Quem não faz
comparação
Dos políticos que
temos?
Um diz que não é ladrão
Só porque roubou bem
menos