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30/01/2010

REI DA SELVA



(A todos que não se curvam a quem tem sede de poder)


Rei da Selva

Lá na mata quem mandava
Era mesmo o gavião
Qualquer bicho que passava
Continência lhe prestava
Prova de submissão

Quando algum desafiava
Não havia salvação
Pois o rei não perdoava
E do bicho só restava
Pelo ou pena pelo chão

Eis que um dia apareceu
Um tucano a se gabar:
“Considerem tudo meu
Pois, lhes digo, serei eu
Quem na mata irá reinar”

Mas ninguém se convenceu
“Como?” foram perguntar
E o tucano respondeu:
“Ninguém nunca me venceu
Vim aqui lhes libertar

“Quando ao trono eu chegar
Mudo toda essa estrutura
Vão ter casas pra morar
Ninguém vai ter que caçar
Pois darei tudo em fartura”

Eis que surge o gavião
Pondo os bichos a correr
É uma enorme confusão
Todos vão sem direção
Procurando se esconder

Só o tucano ali ficou
“Hoje lhe vou expulsar!”
E depois continuou:
“Eu só saio de onde estou
Pra tomar o seu lugar”

O rei disse: “Já morreu!
Vai penar na minha mão”
Mas alguém apareceu
Foi um tiro só que deu
E espantou o gavião

“Como vê, senhor tucano
Eu cumpri com a promessa
Falta ainda nosso plano
Vou lhe dar ainda um ano
Pra pagar sem muita pressa”

Se foi bom isso eu não sei
O homem, sei, não se deu mal
O tucano, lhes direi
Ele virou mesmo rei
Lá no zôo municipal.

25/01/2010

As Rãs e a Lua



As Rãs e a Lua

Certa rã falou um dia
Que ia ser tal qual a Lua
Invejava o seu tamanho
Tamanha ganância sua

Foi soprando para dentro
Disse: “Agora já estou linda”
Mas as outras rãs diziam:
“Falta muito, muito ainda”

Tomou todo ar que pôde
Abrigar em seu pulmão
Mas as outras exclamaram:
“Falta muito! Ainda não!”

Soprou mais um pouco e disse:
“Já estou pronta, vou-me embora”
Mas gritaram novamente:
“Nem pensar! Não pare agora!”

Inchou mais um pouco ainda
Disse: “E agora, como estou?”
Antes que lhe respondessem
Encheu tanto que estourou.

A ganância e a inveja
Apeçonha o coração
Sobre os passos que a maldade
Dá na mesma direção.

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